No domingo, terminou o regime de isenções nas antigas vias Sem Custos para os Utilizadores (SCUT) e o Governo anunciou um desconto que se traduz em tarifas 15 por cento mais baixas..As empresas transportadoras de mercadorias continuarão a beneficiar de um desconto adicional de dez por cento nas passagens, durante o dia, e de 25 por cento, à noite..A A24 registou uma diminuição de tráfego de quase 40 por cento desde a introdução de portagens, em dezembro, sendo a segunda via do país com maior diminuição de tráfego e a primeira em custo por quilómetro de viagem..Para Luís Tão, presidente da Nervir, este desconto "é algum contributo", apesar de defender que a "medida podia ser muito mais arrojada".."O quilómetro das SCUT era a um preço exagerado e se, pelo menos, reduzisse para metade do seu preço, conseguiria talvez o dobro do trânsito, ou mais, e as receitas que ia arrecadar seriam maiores ou pelo menos iguais, mas com mais satisfação social", salientou..A Nervir sempre foi contra as portagens nas SCUT, no entanto, por causa deste contexto de crise, a associação aceita que também "tem que pagar alguma coisa"..Por sua vez, António Serafim, da comissão de utentes das autoestradas A23, A24 e A25 classificou este desconto como uma "falácia" e "um truque do Governo que tem governado contra o país e contra os portugueses".."O que está em causa é a aplicação de portagens nestas SCUT e nós somos contra a aplicação de portagens, não está aqui em causa os 15 por cento ou as isenções das viagens", afirmou à agência Lusa.. Por isso mesmo, António Serafim garantiu que a comissão de utentes vai continuar a lutar..Para o dia 12 está agendado um buzinão na principal avenida de Vila Real, a Carvalho de Araújo, de protesto contra as portagens..O PS de Vila Real tentou por a debate, na sexta-feira, na Assembleia Municipal, mais uma moção contra as portagens, que foi rejeitada pela maioria PSD..Os socialistas são contra as portagens por causa do custo inerente aos transportes rodoviários, o que consideram que dificulta a atração de investimento, prejudicando a criação de emprego e de riqueza. . O PS salientou ainda a dificuldade em suportar os custos de circulação na A24 para os que habitam e trabalham nesta região.